terça-feira, 22 de abril de 2008

Notícia inesperada

Domingo eu assistia ao Fantástico quando me deparo com a notícia: “Padre que tentava voar 20 horas com balões a gás está perdido em alto mar”.Logo pensei: “O que um padre está fazendo com um monte de balões a gás achando que vai ficar voando por 20 horas?”.Surgem várias idéias na hora, ele queria ficar mais próximo de Deus, ou queria chamar a atenção para uma causa mais nobre, ou com um possível prêmio pela façanha ajudar aos necessitados, dentre outras idéias.

O problema nem foi o do coitado voar, mas sim o dele usar balões de festa para isso.Não aquelas bexigas, balões mesmo, daqueles redondos e grandes.Isso sem contar que ele pensou na segurança dele, estava utilizando uma espécie de cadeira com cinto (banco de carro ou de qualquer outro veículo), GPS, e um celular.Afinal, se algo de ruim acontecesse, ele pediria ajuda e seria localizado pelo GPS.

O tempo estava ruim, e quando questionado sobre o tempo o mesmo disse ao repórter: “Em 10 minutos estarei acima das nuvens e lá encima o tempo estará limpo”.Concordo com ele, acima das nuvens não tem tempo ruim, só ventos guiando uma frente fria por vários quilômetros, numa velocidade colossal é claro.Vocês podem pensar: Mas ele não sabia disso? E eu respondo: Sabia!Tanto sabia que estava contando com o vento para levá-lo para o interior do continente, desceria no interior do Paraná, tendo saído do mesmo estado.

Então porque ele se deu mal?De manhã os ventos sopram na direção do continente, e de noite na direção do mar, até ai ele estaria bem, pois começou a viagem de 20 horas de dia.Porém, formou-se uma zona de baixa pressão empurrando ele e seus balões na direção do litoral de Santa Catarina.Mas calma, ele tem GPS e celular, o que dá uma localização exata do mesmo e uma chance de pedir socorro, certo?Errado!Mal começa o vôo e ele pede ajuda, pois está a caminho do mar, pede auxílio também porque não sabe usar seu GPS para dar suas coordenadas. E pra piorar ainda mais o celular não pega em diversos pontos e está quase sem bateria.

Aí eu me pergunto: “Do que adianta ter GPS se não sabe como utilizar?”.Professores ensinam, agricultores plantam, nadadores nadam....mas padres que eu saiba não voam!Cada um na sua área!Se quiser se aventurar voando, pelo menos escute o repórter do tempo quando ele disser que o tempo está ruim!

Faculdade 1

Quando você entra em uma faculdade não sabe quais serão os tipos de “seres” convivendo com você.Primeiramente acha que todos serão hostis, concorrendo para ver quem será o melhor no mercado de trabalho, afinal, você vê matérias sobre isso todos os dias.Aí para e pensa, deve existir gente que nem eu, poucos, mas devem existir.

Eis que começa a 1ª aula, e com isso a observar as pessoas tentando imaginar como cada um é. Este parece chato, aquela parece que curte noitadas, aquele é meio esquisito.E agora, como abordar estas pessoas?A principio seria fácil, senão fosse a timidez combinada com um professor antipático e que com certeza vai marcar a sua cara para o resto da matéria dele.Resultado, neste dia não se consegue falar com ninguém.

No 2º dia de aula parece que vai ser impossível mais uma vez falar com alguém.Mas no final da aula surgem uns vândalos berrando a seguinte frase: ”Perdeu calourada! Hora do trote!”.Os cabeludos já estavam apavorados, as garotas quase que chorando pensando na chapinha, nas unhas, na roupa e no resto dos acessórios.Resistir?Até se tenta....mas não se consegue.

Mochilas na mesa, um tênis também, anotações sobre o que é de cada um, e separa-se homem de mulher.O pessoal pela cara aparenta não acreditar que os vândalos fossem tão organizados e legais (até porque parecia que era execução de todos no paredão).Mas a aparência de “bonzinhos” acaba 1 minuto depois com o discurso de que é pra berrar frases grotescas sacaneando os outros cursos e que num sol escaldante de 40 Graus pedir dinheiro na praia, todos pintados, somente pra fazer uma chopada.

Grupo de 4 no máximo, cada um acaba falando, se conhecendo, passando por maus bocados e no final concorda que os vândalos são uns miseráveis ao fazer isso.No outro dia é a mesma coisa, mas termina ali.Depois vem a chopada e você entende a magnitude do evento, mas percebe que as pessoas não dão valor ao seu sofrimento no sol escaldante.

Passam-se períodos e mais períodos até que você acaba falando com os vândalos, fica amigo de alguns deles e percebe que se não fosse pelo trote, você não conheceria tanta gente e se adaptaria rapidamente à faculdade. É então que você diz, valeu pelo trote, mas mesmo assim vamos pensar numa idéia mais refrescante do que pegar dinheiro num sol de 40 Graus.